Agricultura de baixo carbono: o que é e quais os impactos para o agro

A manutenção da temperatura no mundo funciona a absorção de parte do calor que chega ao planeta pelos raios solares pelo solo e água (rios, oceanos etc.). Outra parte desse calor é devolvida para a atmosfera. Entretanto, devido aos gases do efeito estufa (GEE) parte do calor fica retido no planeta, mantendo o equilíbrio na […]

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A manutenção da temperatura no mundo funciona a absorção de parte do calor que chega ao planeta pelos raios solares pelo solo e água (rios, oceanos etc.). Outra parte desse calor é devolvida para a atmosfera. Entretanto, devido aos gases do efeito estufa (GEE) parte do calor fica retido no planeta, mantendo o equilíbrio na temperatura da Terra, evitando grandes oscilações térmicas.O efeito estufa é, portanto, um fenômeno natural e necessário.

Entretanto, devido à intensificação da emissão dos gases causadores do efeito estufa, como o Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), a superfície da Terra está retendo mais calor do que dissipando, desequilibrando a temperatura.

Segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa, a agricultura só perde para “Mudança de Uso de Terra e Florestas” na emissão de gases. Confira no gráfico abaixo.

Agricultura de baixo carbono

Ainda de acordo com o SEEG, a atividade rural, direta ou indiretamente, foi responsável pela emissão de 72% destes gases no Brasil.

Agricultura de baixo carbono: plano ABC e ABC+

Faz 11 anos que o Ministério da Agricultura tem um programa que visa incentivar produtores rurais a adotarem práticas sustentáveis, o chamado Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, mais conhecido como Plano ABC.

De acordo com o site do Governo do Brasil, com tecnologias de produção sustentável, o Plano ABC+, tem a meta de reduzir a emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário até 2030. O valor é sete vezes maior do que o plano definiu em sua primeira etapa.

Segundo o G1, no Brasil, depois do desmatamento, a agropecuária é a atividade que mais emite dióxido de carbono (CO2) à atmosfera, além de ser a principal emissora de metano, dois gases de efeito estufa que, em excesso, provocam aumento da temperatura global.

No dia 18 de abril de 2021, as metas e tecnologias do Plano ABC+ 2020-2030 foram divulgadas nesta segunda-feira (18), em evento virtual, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“A meta é expandir a área com tecnologias ABC para 72 milhões de hectares até 2030. Um incremento de 103% em relação à década anterior. Estabelecemos assim as bases para que, a longo prazo, a totalidade da área de produção agropecuária brasileira adote sistemas de produção sustentáveis e resilientes”, disse a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

Esta década

O plano ABC+ é a segunda etapa do Plano ABC que foi realizado entre 2010 e 2020 e superou as expectativas mitigando cerca de 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em uma área de 52 milhões de hectares, superada em 46,5% em relação à meta estabelecida.

“Ao longo da última década, o governo colocou em marcha o Plano ABC que atingiu grande sucesso na redução das emissões de gases de efeito estufa no agro brasileiro”, afirmou a ministra Tereza Cristina.

A nova versão, o ABC+, incrementou as metas a serem atingidas para a mitigação de gases de efeito estufa. Além de estimular a regularização ambiental e o cumprimento do Código Florestal, o plano promove o ordenamento territorial e a preservação da biodiversidade na propriedade, na região e nas bacias hidrográficas.

Foram incluídas novas tecnologias como bioinsumos, sistemas irrigados e a terminação intensiva de bovinos que vão oferecer mais opções para o produtor aumentar sua resiliência, eficiência produtiva e ganhos econômicos, ambientais e sociais.

Fonte: gov.br

Agricultura de baixo carbono: o que é na prática

Considerando os dados e fatos, é fundamental que a agricultura se comprometa com a adoção de práticas de agricultura sustentável, visando diminuir e minimizar sua contribuição no efeito estufa.

Segundo a eCycle, a agricultura de baixo carbono, propõe um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) que, como o nome diz, é a mistura das plantações, da criação de animais, e das coberturas florestais em um mesmo espaço. A combinação dessa técnica com o sistema de plantio direto (SPD) é uma das práticas desse modelo.

O SPD consiste em processos, como a menor mobilização da terra e a manutenção permanente da superfície do solo para evitar uma parte de sua erosão; a diversificação de espécies cultivadas (que diminui a pobreza do solo); e a diminuição do tempo entre colheita e semeadura, com o intuito de garantir a conservação da água e do solo.

A iLPF pode ser feita de três maneiras. Consorciada, quando o plantio é feito entre a vegetação nativa ou entre outros vegetais já plantados. Pode também ser feita com base na rotatividade, cultivando diferentes espécies em ciclos específicos ao longo do ano, e, finalmente, em sucessão, com o cultivo de diferentes culturas sem levar em consideração o tipo de plantas, ou qual a finalidade do uso da terra. O objetivo dessa prática é evitar a escassez dos recursos hídricos e erosão do solo, garantir maior eficiência no processo de fixação de carbono e nitrogênio, garantido pelos diferentes usos da terra, a manutenção da biodiversidade da região e a diminuição da emissão de gases do efeito estufa.

Fixação do nitrogênio

O processo de fixação do nitrogênio (PFN) é importante para garantir um dos nutrientes mais importantes para o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Normalmente, ele é feito por meio do uso de fertilizantes, que acarretam em uma série de problemas ambientais, como a emissão de óxido nitroso (N²O), a perda de nutrientes e de biodiversidade do solo e a contaminação de rios, lagos, mananciais e lençóis freáticos, entre outros.

A Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa) oferece algumas opções alternativas para garantir o PFN. Uma delas está diretamente ligada à iLPF. A sucessão e rotatividade entre leguminosas, que graças à sua associação com bactérias que garantem a fixação natural de nitrogênio e enriquecem o solo para as próximas culturas, e outros tipos de plantas, é uma possibilidade. Outra é o consórcio, com cultivo simultâneo de leguminosas e outras espécies.

O uso de bactérias específicas, mais eficientes no PFN, também é possível. Conhecidas comercialmente como inoculantes, elas se associam às raízes das plantas, contribuindo com o aumento da produtividade do solo. Também estão disponíveis comercialmente sementes já inoculadas. A Embrapa faz estudos sobre um novo inoculante, formado por cinco tipos de bactérias, que aumente a produtividade da cana-de-açúcar.

Gases do efeito estufa

O plantio de espécies florestais de rápido crescimento, como o eucalipto e os diversos tipos de pinus, tem sido apontada como uma alternativa. A madeira proveniente desse tipo de cultura pode ser utilizada na fabricação de papel, móveis, materiais para construção e muito mais. Mesmo não sendo uma opção 100% sustentável, por não ser uma espécie nativa e não colaborar com a sociobiodiversidade, o plantio contribui com a captura do gás carbônico (CO²) presente na atmosfera.

Outra maneira interessante de diminuir os efeitos do aquecimento global consiste no tratamento de dejetos animais por meio do uso de biodigestores. Nele, as fezes dos animais são tratadas em um meio anaeróbico (sem oxigênio), onde são transformadas em biogás e fertilizante.

O biogás, formado basicamente por dióxido de carbono (CO²) e metano (CH4), pode ser utilizado na geração de energia elétrica, térmica ou mecânica, diminuindo tanto os gastos dos agricultores, quanto a emissão de gases do efeito estufa.

A substituição do diesel utilizado no maquinário agrícola pelo biodiesel é mais uma alternativa. Apesar de não zerar as emissões de CO², o biodiesel é uma fonte de energia renovável e menos poluente. Uma iniciativa semelhante está ganhando força no setor de transporte aéreo, em que as grandes empresas têm investido no desenvolvimento e na utilização de biocombustíveis.

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