Fábio Scabeni iniciou sua carreira na Viasoft em 2004 como estagiário, atualmente é Vice-Presidente Comercial e de Marketing e recentemente se tornou sócio da Viasoft por mérito.
Você já parou pra pensar o quanto somos influenciados a descartar ao invés de consertar qualquer coisa que apresenta defeito?
E eu não estou falando apenas do smartphone, impressora ou outro produto que propositalmente se tornou não funcional graças a obsolescência programada que força você a comprar um modelo novo.
O fato é que descartar parece ter se tornado um hábito em quase todas as questões da vida! O que não atende às nossas expectativas acaba fadado ao abandono ou substituição, como se fosse mais conveniente desapegar de amores, amizades, estudos, projetos e objetivos que não estão dando certo, do que trabalhar para fazer dar certo.
“Somos ensinados a buscar o que há de melhor, mas na realidade, aprendemos a desistir fácil demais”
No mundo corporativo e na carreira não é diferente. O tempo todo somos bombardeados por publicações e estímulos que incitam a descartar qualquer chance de sucesso numa empresa que não esteja no ranking das melhores empresas para trabalhar, e a abandonar aquele gestor que esteja distante do arquétipo de líder perfeito idealizado em artigos do Linkedin. A verdade é que somos ensinados a buscar o que há de melhor, mas na realidade, aprendemos a desistir fácil demais.
Não pense que eu abomino ou temo mudanças na carreira. Buscar novos desafios, conhecer novas empresas, assumir novos cargos e respirar novos ares é importante e saudável para a evolução profissional e, principalmente, pessoal. Além disso, há problemas que jamais serão consertados, como o mau caráter, a indiferença e a falta de ambição de um chefe. Casos em que a melhor saída é a troca ou o abandono. Contudo, o meu temor é com a crença de que tudo tem valor temporário e que pode ser descartado de imediato antes mesmo de trabalhar para consertar. O meu maior temor é com o hábito de desistirmos nos primeiros e nos mais simples obstáculos do dia a dia.
Muitas pessoas desistem de uma empresa ou projeto sem, necessariamente, desligar-se da organização. Isso acontece toda vez que um profissional enxerga algo errado ou uma oportunidade de fazer melhor, no entanto, escolhe conformar-se com o estado das coisas.
“As melhores oportunidades são reservadas para as pessoas que escolhem consertar”
Desde o início da minha carreira aprendi que as melhores oportunidades são reservadas para as pessoas que escolhem consertar, decidindo fazer a diferença no meio em que estão. Mas, então por que há mais pessoas descartando do que consertando? É porque é preciso ter muito mais coragem para consertar do que para trocar o que está com defeito. Isso porque o ser humano tem, por natureza ou educação, a necessidade de controlar o que o rodeia e, quando você se dispõe a consertar algo que claramente tem defeitos, você não tem a menor garantia ou controle que aquilo passará a funcionar! Dispor-se a consertar é assumir riscos com ampla exposição! Escolher consertar o que pode ser consertado demanda, acima de tudo, coragem! Se eu pudesse dar um conselho a quem está desenvolvendo uma carreira, seria esse: seja uma pessoa consertadora!
O mundo precisa de mais pessoas que vivam com o propósito de melhorar o meio em que estão, invés de pessoas que passam a vida buscando o ambiente perfeito, o amigo perfeito, a esposa perfeita, o trabalho perfeito, o líder perfeito ou a empresa perfeita para se sentir realizado e feliz.
“Ajude a consertar as coisas que estão à sua volta!”
Mesmo quando não foi você quem estragou. Ajude o seu colega, ajude o seu professor, ajude o seu vizinho, ajude o seu colaborador, ajude o seu líder, ajude o seu cliente! Esse é um dos maiores impactos positivos que você pode causar por onde passa.
Alguns sentimentos e recompensas valem todo o esforço e toda a exposição oriunda da decisão de consertar. Conserte o que precisa ser consertado e você jamais precisará andar de lado, mais do que isso, você será projetado para cima! Pense nisso!
Fábio Scabeni